O pequeno Orgasmo Carlos nasce em Budonga, ex áfrica central portuguesa, um pouco acima do mapa cor-de-rosa, educado por uma cabeleireira originária da então Lourenço Marques e por um pastor alemão de nome Ratzinger.

Desde menino que se concentrou na difícil disciplina da canastra e da sueca, com sinpósios de ping-pong e cursos de guitarra por correspondência, até abraçar a arte contemporânea quando se muda para cuba, Alentejo, nos salesianos locais.

É mal compreendido pelos padres, que insistem em que pratique formas mais convencionais de pintura, nomeadamente ilustrações da vida dos santos e aguarelas de cariz sexual explícito envolvendo crianças e bispos.

Aos doze anos decide tentar o tudo por tudo e foge para a terra do seu avô paterno, no Xóxó Central, estado do Paratiba, Brasil, onde se corresponde com os intelectuais do momento, como Donald Cuspo, Bourdieu, Durkheim, La Fontaine, B. Roussel o boneco dos pneus Michelin, entre outros.

Nos anos 60 estuda em Lisboa, na cidade universitária. È uma senhora mas julga que não é. Paga os seus estudos a cantar (situação onde não consegue disfarçar o sotaque brasileiro).

O seu hobby é o futebol de praia. Nunca é preso porque nunca tira a camisola do Brasil. O seu maior problema é o de confundir o passado com o futuro. Quando está a falar com os colegas da faculdade está sempre a dizer que depois , no princípio do ano vai haver o exame e que a festa do fim do ano lectivo foi muita gira. Diz “ de amanhã para ontem” e “de ontem para amanhã”

Outro problema: em vez de fugir da policia de choque, corre em direcção a esta, o que provoca uma certa estranheza e mal estar, tanto entre os estudantes como entre a própria policia de choque, tanto mais porque ele grita para a polícia “fujam, fujam, quando corre em direcção a esta.

Estas alterações de estado em que a mãe de O.C se torna no seu filho inexistente ocorrem de hora a hora, com o som da campainha da faculdade. Como mãe de O.C., é virgem, mas como O.C. já o não é. Faz exposições em todas as galerias e feiras de arte mais importantes do mundo. Costuma dizer: “O ano passado fiz aqui uma exposição. Não se lembra? Quem diz o ano passado diz há dois anos.” Participa em todas as bienais, mas desencontrado dos anos em que estas se realizam.

Mistura as tintas com óleo do seu próprio corpo e aplica uma pincelada firme e de uma energia nervosa quase ondulatória “mas como é que uma mão faz aquilo?- desabafa a imprensa especialisada.

Preso num corredor do tempo circular, permanece no terceiro ano da faculdade desde os anos 60, donde aliás nunca saiu. o seu carro é umTaunus15m, permanentemente estacionado á porta da faculdade.