É fugindo que nos encontramos
É fugindo de Portugal que os portugueses são mais portugueses
É em Portugal que os estrangeiros são mais estrangeiros
Longe dos programas de televisão onde se exibe a fauna sub pimba
As telenovelas sumarentas de planos congelados e de diálogos pausadamente insípidos
As ruas onde se escorrega na caca de cão
As aldeias onde proliferou a construção cogumelo, bastarda de um Walt Disney do Caçém .
Os hospitais onde é proibido curar doentes
As maternidades onde é proibido nascer
As escolas onde é proibido aprender
Os bancos onde é proibido emprestar
A justiça onde é proibido julgar
É fugindo que encontramos Portugal, nas lembranças dos emigrantes octogenários
Dos bois, dos boizinhos, esses leões com corações de passarinhos
Vede os bois puxar pelas estradas
Aquelas pesadíssimas carradas
Os incêndios causados por pragas infestantes
Lendias? Piolhos?
Aplique presidente vieira- agitar antes de usar
Portugueses, portuguesas
Já antes o afirmei aqui- um pais e pelo menos 69 sistemas
Porque vivemos num não sistema
Vivemos num parêntesis, numa interrogação
Vivemos nos sonhos dos políticos em estado de coma-dão
Com a mediocridade fechados numa redoma
Sobrevivemos á altura das baratas
Com elas rapamos o resto das latas
Tropeçamos no cartão dos sem abrigo
Hipnotizados pelo nosso próprio umbigo
O feio e o estúpido estão por toda a parte
Confundido o lixo e a arte
Temos que tomar medidas fortes
Renascer das mais variadas mortes
E no dia 60 de Agosto votar no cão-ditador Vieira