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O Explicadismo e o Inconsciente

 

Dr. Lego Minsk

 

A Escrita Automática, o Esoterismo, a Magia negra, o bigode de Salvador Dali, os pintelhos de Regina Paula.

O que liga todos estes fenómenos?

Tudo está em tudo. Logo, qualquer coisa tem uma ligação com outra qualquer. Existe contudo uma rede oculta de ligações entre e dentro dos fenómenos. O trabalho de reconstrução dessas ligações é uma tarefa gigantesca, que resta fazer.

O Dr. Lego Minsk é autor de uma série de subscrições e panfletos para uma decifração final das ligações entre Matéria e Espírito. A sua mulher, Velha Megera Estúpida, tem desenvolvido uma teia de cu-necções que elabora ao nível molecular uma espécie de lista telefónica de todas as ligações possíveis entre todas as matérias constituindo a trama sobre a qual se desenrolará posteriormente, a um nível exponencial e parasitário, qualquer explicação para qualquer fenómeno existente.

É contudo necessário evitar o  desabar deste trabalho de filigrana sobre a própria realidade. Falaremos pois das mais pequenas unidades, indivisíveis, de sentido, a que chamaremos o Blip. A unidade atómica do sentido.

A localização de todos os Blips é um trabalho comparável á da localização de todos os átomos existentes no Universo. É também um trabalho escusado e que lançou nas rédeas da loucura toda uma geração de explicadistas, presos num enorme e labiríntico hospital psiquiátrico. Partiremos pois da assunção de que eles existem e passaremos ao nível molecular? Aqui está o problema. O Nível molecular, se agruparmos entre si os blips mais próximos, não nos resolve a equação.

A questão tem que ser posta um nível acima, ao nível da unidade indivisível de todos os fenómenos. É pois ao nível do rococó que se materializa a visão utilitária da vida, esta última como antípoda do sistema orgânico e portanto indissociável deste. Ester é apenas um exemplo que está a ser examinado pela nova geração explicadista. Ester é a minha irmã e uma mulher muito grande. Se eu a desenhar ela ultrapassa sempre os limites do papel. O explicadismo explica-se a si próprio como uma constante determinação em explicar o inexplicável e , como se diz em angolano (o Laboratório Explicadista de Luanda é uma referência na matéria), desexplicar o explicável. É neste ponto que reside a dificuldade dialética e metacárpica. É necessário tratar do assunto com luvas de vidro. O Não comp