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Um passeio na Fundação Orgasmo Carlos

 

Pelo repórter do Orgasmo Ilustrado Orgasmo Carlos

 

 

A Fundação Orgasmo Carlos, ou a Contemporary Art Collection da Orgasmo Carlos Fundation nunca tinha sido visitada por alguem que não fosse membro da mesma. Porém, com a ajuda de pessoas colocadas em lugares elevados da fundação e na qualidade de repórter do Orgasmo Diário, tive o raro previlégio de aceder á ilha do Orgasmo, onde reside a sede da fundação, na barragem da Pilinha, situada no meio do magnifico cenário da serra do Larouco. (também podemos dizer que fica no meio dos Alpes internacionais, que não é mentira nenhuma.)

 

O ar glacial revigora os sentidos e , como se isso fosse necessário, as assistentes da fundação, todas jovems virgems com menos de 69 anos oferecem-nos um Martini-bagaço logo na recepção, que tiram dos barrizinhos de carvalho que ostentam no pescoço com as iniciais. “OC.”

Na ilha posiciona-se um conjunto importante de palácios e palacetes de diacronias canibalisantes,, rodeados por jardins surpreendentes, dos quais os mais importantes são os palácios 1, 2 e 3, pela ordem inversa e os 5, 4 e 69,pela ordem de chegada.

Aquilo que o visitante  nota logo ao entrar é a magnificencia e a profusão generosa de objectos sem qualquer finalidade práctica que se amontoam segundo as rigorosas leis do acaso. Obras dos maiores artistas da actualidade estão lá, a maior parte delas nunca vistas pois que encomendadas especialmente para a fundação a peso de platina. Quando um serviçal me disse que todo o palácio numero 1 era feito em bolo de noiva fiquei estupefacto. E não se desmorona? Não reage ao clima? Responderam-me que na ilha do Orgasmo não havia clima, nem tempo, nem qualquer tipo de degradação. Um pouco como se estivesse na corrente da fonte da juventude.

(Ácerca disto, vêr o lindíssimo Cranach da fundação na parte dedicada á arte antiga.)

Ouvi  então, vindo dos andares superiores, o ruido dos passos de um gigante. “que é isto?” Disse eu em voz alta. A moça de três roliços seios que se encontrava á minha frente pela altura da cintura respondeu-me, com a boca manchada de iogurte: “É Don Orgasmo que passeia em circulos pelo torreão principal, procurando um fim para o seu conto infantil, o Foddy. O Nojy, a sua primeira tentativa, foi coroada de sucesso ( situava-se no terreno das drogas, alcool e drogas e tinha como segundo personagem o Olheiras Grandes), mas  este, que começou tão auspiciosamente, padece agora de um mal muito grande. O grande romancista orgasmo Carlos não consegue encontrar um final e passeia circularmente com os seus passos de bom gigante, deixando cair lamentos incoerentes de uma grande desanimação.

“Quem não tem cão caça com gato”, observei.

Entretanto encaminharam-me para os meus aposentos e disseram-me que talvez me pudessem conseguir uma audiencia com o grande Orgasmo Carlos na manhã seguinte. Observei que todos os corredores Têm camaras de filmar posicionadas a intervalos regulares e que todas as mulheres têm dois ou três cães monstruosos que insistiam constantemente em tentar fornicar com a minha perna esquerda, que é de madeira, não por qualquer espécie de acidente, mas porque já nasci assim mesmo. Neste momento preparo-me para uma longa noite na companhia de uma carinhosa gigante e três endiabradas anãs. Epero contudo conseguir uma noite ou mais de repouso absoluto, poi os trezentos quilómetros que fiz a pé desde o desfiladeiro de Penedocono até á garganta de Vaginães puseram-me, literalmente de rastos. O vosso fiel correspondente despede-se e voltará a envoiar a sua crónoca diária no próximo número do Orgasmo Diário.

 

Orgasmo Carlos, Repórter.